3 de ago. de 2010
Joelhos
26 de jul. de 2010
Maria
18 de jul. de 2010
Galo
13 de jul. de 2010
O naja
9 de jul. de 2010
Oro

30 de jun. de 2010
Línguas rubras dos amantes
Sonhos sempre incandescentes
Recomeçam desde instantes
Que os julgamos mais ausentes
Ah, recomeçar, recomeçar
Como canções e epidemias
Ah, recomeçar como as colheitas
Como a lua e a covardia
Ah, recomeçar como a paixão e o fogo
25 de jun. de 2010
Regra dos três
27 de mai. de 2010
Interceptado
Entre as minhas idéias e o mundo, suponho, há um interstício intransponível. Uma catedral de afasia a ser atravessada. A única forma de reduzi-la é escrevendo - em palavras escritas fica mais fácil imprimir ao mundo exterior essa coisa impalpável que se move na mente quando olho o vazio. ( e então sinto inveja de quem sabe falar o que pensa como se fosse uma verdade simples e absoluta... como se para cada palavra dita apenas um sentido pudesse ser empregado por quem ouve... esse tipo de gente que entra em uma roda de conversa e em poucos segundos faz comentários tão superficiais e despretensiosos que tem-se a impressão de que eles mesmos propuseram os assuntos).
Mas é certo que ninguém leria um papel entregue por um jovem de olhos perdidos, olhos mais velhos que o resto do corpo, exceto, talvez, pelas mãos também velhas - como se os olhos e as mãos tivessem nascido antes e esperado alguns anos pelo resto do corpo. A solução seria sentar na calçada, a exemplo do que fazem os mendigos daquela cidade sem vento, e escrever a minha história no chão. Esperar que, ao invés de moedas oxidadas, me lessem.
Mas por quem eu transporia esse vão de idéias e palavras?"
5 de abr. de 2010
Amarelo
1 de abr. de 2010
Cachaça
31 de mar. de 2010
Terremoto
Pediu pra que eu ficasse. Aceitei mais por não saber dizer não que por qualquer outro motivo. Falamos sobre astrologia, sexo tântrico, dança do ventre, amores passados. Interrompi o monólogo e levantei, anunciando outra vez minha partida. Fez cara de triste e foi ao quarto apanhar um casaco para me acompanhar até o portão.
Minuto depois, vi você voltar completamente nua à sala, empurrar-me de volta à poltrona, amassar com as suas coxas as minhas e dizer coisas sobre paixão.
Paixão – pensei eu – um dia acaba; um dia não muito distante, supus. E o que resta depois? Com quais palavras nos despediremos quando não houver mais “fica”?, quando a história dessa noite fria entrar para o hall dos amores passados?
Pensei, mas não disse. Permiti e me deixei levar. Ano mais tarde levantei da mesma poltrona e anunciei que partiria para não mais voltar. Você foi ao quarto e voltou de casaco (aquele verde que eu detestava). Acompanhou-me até o portão. Não dissemos palavra e não mais voltamos a nos encontrar. Aquela noite cheguei em casa com um ano de paixão rasa socado em uma sacola da Levi’s.
26 de mar. de 2010
Jardins
Epílogo
Darei preferência - mas não exclusividade - à mentira híbrida e meramente recreativa; àquela que não tem a intenção de salvar ou trazer vantagens a quem a conta, mas quer apenas subtrair do mundo mais um fato real, ou acrescentar no mundo dos 'fatos reais' uma prova falsa.
